A tentativa de Elon Musk de adquirir o Twitter, assim como as cruzadas em geral, compartilham a característica de não serem solicitadas.
Na terça-feira, Musk fez uma proposta de aquisição do Twitter por US $ 41 bilhões, visando tornar a empresa privada. Ele justificou a tentativa de compra com o objetivo de ampliar a “liberdade de expressão” na plataforma. Musk conduziu sua própria investigação sobre a liberdade de expressão no Twitter por meio de uma pesquisa realizada na própria plataforma.
Segundo Musk, em uma entrevista no TED Talks, ele acredita que o Twitter deveria ser mais cuidadoso em sua moderação de conteúdo e na decisão de suspender ou banir pessoas que quebram as regras.
“Se estiver incerto, permita que o discurso persista”, expressou Musk, acrescentando ainda que “Não possuo todas as respostas neste momento.”
O estudo indica que a maioria dos americanos, independentemente de suas afiliações políticas, concorda que as empresas de mídia social devem agir para diminuir a propagação de informações falsas, de acordo com um novo artigo de pesquisadores do MIT e da Universidade de Yale. Cerca de 80% dos americanos compartilham dessa opinião, sendo que aproximadamente 68% dos republicanos também concordam com essa perspectiva.
De acordo com David Rand, professor de ciência gerencial do MIT e um dos autores do estudo, as opiniões de Musk não refletem a maioria das pessoas nos Estados Unidos e usuários de mídias sociais, que geralmente não compartilham a mesma orientação libertária e liberdade de expressão extrema comumente encontradas no Vale do Silício.
O estudo investigou a opinião de 4.900 americanos em relação à moderação de conteúdo nas redes sociais. Foram questionados sobre a necessidade de as plataformas moderarem a desinformação em geral, bem como sobre a moderação específica do conteúdo relacionado ao QAnon. Apesar do QAnon ser um caso de desinformação com conotações partidárias, o estudo revelou que há apoio bipartidário para a moderação de conteúdo nas redes sociais. Por exemplo, 52.5% dos entrevistados identificados como “Republicanos fortes” concordaram que as empresas devem “tentar reduzir a propagação da teoria da conspiração QAnon em suas plataformas”.
“Quando se aborda a questão da desinformação, surge frequentemente a preocupação sobre a definição do que realmente constitui desinformação”, afirmou Rand. “Embora haja divergências de opinião, na realidade, a discordância partidária sobre o tema é menor do que se imagina.”
Outros estudos indicaram que o público acredita que as empresas de mídia social têm a responsabilidade de combater a propagação de desinformação em suas plataformas. Uma pesquisa realizada em 2021 pelo Pew Research Center revelou um aumento no apoio do público à intervenção do governo para reduzir a disseminação de desinformação online. No entanto, um novo artigo do MIT aborda especificamente a ação que as empresas de mídia social devem adotar e identificou um apoio bipartidário para a moderação de conteúdo.
Embora o estudo, baseado em dados coletados por meio da ferramenta de pesquisa de mercado on-line Lucid, ainda não tenha sido publicado ou revisado por pares, outros pesquisadores consideram seus resultados válidos. Jonathan Nagler, co-diretor do Centro de Mídias Sociais e Política da NYU, elogiou o estudo, embora tenha observado que a amostragem incluiu milhares de pessoas, em vez de dezenas de milhares, o que ele considerou uma “limitação”. No entanto, Nagler destacou a discrepância entre as opiniões sobre a “liberdade de expressão” de Musk e as do público.
Nagler afirmou que a maioria das pessoas acredita que remover informações falsas das plataformas é uma medida positiva. Ele também destacou que a questão da liberdade de expressão é um assunto complexo e subjetivo.
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